sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Efeito E-Book

Foto: Biô Barreira
ENTRE DUAS GERAÇÕES: Kupfer (acima) criou a primeira editora virtual do País, que distribui e vende obras pela Internet. Benclowicz (abaixo), da Nobel, rompeu a tradição familiar e partiu para a digitalização de seus títulos
Foto: Biô Barreira

Desde os tempos dos gregos, quando os livros eram escritos em pele animal, o mercado editorial não deparava com tamanha agitação. No epicentro desta revolução está o e-book ou livro virtual, um computador portátil de leitura que tomou conta do mundo, ameaçando o reinado do papel e tinta. Na indústria de tecnologia, ele é sinônimo de lucros – está entre as novidades mais vendidas do ano. Para editoras, um aliado na tentativa de aumentar o faturamento. E para os leitores significa economia de tempo e dinheiro. O e-book parece livro, tem formato de livro, mas não é livro. Trata-se de um leitor digital que armazena até 4 mil páginas, algo em torno de 10 obras, em sua memória. Uma vez terminada a leitura das obras completas de William Shakespeare, basta devolver o arquivo (para uma biblioteca no computador) e comprar, pela Internet, o último livro de Paulo Coelho. Baixar um livro inteiro da rede não costuma durar mais de cinco minutos.
O furacão digital já criou no Brasil uma rede de pequenas editoras on line. A iEditora foi pioneira. Lançada no mês passado, ela edita, distribui e vende livros digitalizados via Internet. São 1.400 títulos de 30 editoras, entre elas Nobel e Melhoramentos. Em poucas semanas, vendeu 1,2 mil livros. A estratégia da iEditora é preparar o mercado nacional para a explosão do e-book. Como num balão de ensaio, começou vendendo livros em formato PDF, um programa de leitura disponível em qualquer computador. O internauta pode baixar os livros e ler no computador ou em equipamentos como o Palm Pilot. “Em poucos meses, nossa tecnologia será convertida para atender todas as marcas de e-books”, lembra o criador do site, Victor Kupfer. “Livro não é formato, é conteúdo.” Nos Estados Unidos, o e-book virou febre. Lançado em julho de 1998, e custando entre US$ 200 e US$ 600, o aparelho vende muito. Por aqui, quem tem comprou em viagens ou em lojas virtuais. Os principais fabricantes, NuvoMedia e SoftPress, não divulgam números, mas se dizem “surpresos com as vendas”. Eufemismo para dizer que, sim, venderam acima da expectativa.


Foto: Biô Barreira
LIVRO VIRTUAL: Febre nos Estados Unidos, carrega até 4 mil páginas na memória

Se o sucesso dos aparelhos ainda não tem números, pode-se ter uma idéia do tamanho do mercado que o circunda: o das e-editoras que fornecem conteúdo digital. Só as americanas jogarão na Internet, este ano, 150 mil novos títulos – batendo os lançamentos em papel. Hoje, o mercado editorial é o maior interessado em popularizar o e-book. Grandes editoras como Penguin, RandomHouse, Simon & Schuster e HarperCollins, descobriram um novo, e barato, canal de distribuição de literatura. Basta transformar palavras impressas em pixels (a linguagem digital). Para o mercado editorial brasileiro, cujo faturamento despencou 21% em 99, não poderia existir notícia melhor. Levantamento da Câmara Brasileira de Livros mostra que as vendas caíram de R$ 369 milhões para R$ 295 milhões. O diagnóstico? “O livro concorre com a Internet, uma forma de informação a custos mais baixos”, afirma o relatório. Só por aqui, acreditam alguns editores, o livro digital poderá alavancar em 30% o faturamento da indústria. “Se esta for a evolução do livro, seguiremos a tendência”, pondera Pedro Herz, da Editora e Livraria Cultura.


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Fonte: www.terra.com.br



Maicon Hofman
Consultor de Negócios Ecoopertec
www.sucessocooperado.com.br

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